Do Primeiro Andar, o bar que ficava no Ateneu Comercial de Lisboa e que fechou no verão de 2016 porque o edifício ia ser vendido, nasceram dois espaços herdeiros na Graça. O bar Má Língua, inaugurado a 8 de abril, ficou com os copos e a agenda cultural; o espaço A Li, que fica na associação cultural Hangar, foi inaugurado a 22 de abril e ficou com os petiscos saudáveis e a vertente mais gastronómica.
“Eu estava à procura de um espaço na Graça para fazer um investimento mas encontrei este, que já estava equipado”, conta à NiT Liliana Escalhão, com 34 anos, uma das ex-responsáveis pelo Primeiro Andar. Desta forma, conseguiu pegar nesse dinheiro para abrir o bar Má Língua com o namorado, Vítor Augusto.
“A ideia é ter o lado mais criativo da gastronomia e também receber eventos e funcionar como uma oficina gastronómica.”
Liliana Escalhão quer convidar cozinheiros de vários países do mundo para fazerem residências gastronómicas e organizarem jantares especiais no espaço. Além disso, o objetivo é ter workshops, tanto para adultos como para os miúdos.
N’A Li dá para almoçar, lanchar ou tomar o pequeno-almoço. Não existe uma ementa fixa, tudo depende dos ingredientes frescos que chegam do Mercado 31 Janeiro, no Saldanha, em Lisboa. Nenhum produto tem glúten ou leite. As refeições são servidas em malgas e podem ser comidas apenas com um garfo.
Todas têm leguminosas e podem ser com peixe, carne ou opções vegetarianas. Custam 7€. Algumas das hipóteses são com salmão assado no forno com salsa e lima; almôndegas de peru com molho tomate caseiro; filetes de sardinhas com molho de pimento vermelho; e cogumelos Portobello recheados com legumes.
A base pode ser de beterraba, cenoura, alho francês e couve, por exemplo; ou de feijão preto, grelos salteados, arroz basmati e tomate cherry. Uma malga com sopa ou sumo custa 8,50€ — se quiser as duas opções são 10€.
Ao pequeno-almoço, apesar de também não existir uma carta, alguns dos exemplos são a tosta de abacate com ovos escalfados (3,50€), bolo de banana (1,50€ a fatia) ou as taças com batidos de frutas e granola caseira (3,50€). Pode comer no espaço mas também pedir para levar e comer no jardim ou no miradouro da Graça.
O espaço de 55 metros quadrados ocupa o piso de baixo do edifício da Hangar, que recebe residências de artistas de várias áreas e países. Era usado para eventos especiais e inaugurações na associação, mas na maior parte dos dias estava desocupado. Tem 40 lugares sentados, oito dos quais numa esplanada.
Natural de Castelo Branco, Liliana Escalhão estudou Design de Equipamento na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. No entanto, desiludiu-se com a área e já estava envolvida no meio da restauração quando estava a estudar.
Trabalhou no Tágide e no Amo.te Chiado, em Lisboa, antes de abrir o próprio negócio — o bar e restaurante Projeto Estefânia, em 2011, que durou cerca de um ano. Depois, foi a altura de fundar o Primeiro Andar com Teresa Ferreira.