Depois de dois anos a servir pratos vegetarianos, veganos e de origem biológica na zona da Boavista, no Porto, Frederico Horta percebeu que estava na altura de expandir o negócio e começar à procura de um novo espaço. A decisão chegou em 2017, mas o Berry (ou Berry Nice, para os amigos), só abriu portas a 10 de setembro de 2018, quase um ano depois do previsto.
“Encontrámos a loja mas as questões burocráticas atrasaram muito o processo”, explica à NiT o chef de cozinha, que também tem uma produção de morangos biológicos. “Percebemos que no outro espaço já estávamos a chegar ao limite das nossas capacidades e queríamos centralizar a nossa cozinha.”
Tal como recorda, o projeto surgiu de um convite do ervanário portuense, um dos mais antigos do País que tem produtos biológicos já há várias décadas, ainda muito antes de o biológico se tornar uma moda a que toda a gente quer aderir. É com eles que partilha o espaço na Rua Júlio Dinis, na zona da Boavista, e onde apostou numa cozinha vegetariana — com algumas opções veganas — em que todos os alimentos são produzidos no espaço e com ingredientes de origem biológica.
No novo espaço mantém-se exatamente o mesmo conceito e até a decoração é praticamente semelhante à do primeiro café, de onde Frederico trouxe alguns dos seus funcionários, inclusive o sub-chef João Portugal, biólogo, que estava a trabalhar no primeiro espaço do Berry desde o primeiro dia e que aprendeu tudo o que havia para saber sobre culinária em menos de dois anos.
Uma das grandes novidades é a cozinha. Mede 100 metros quadrados e Frederico descreve-a como “uma cozinha de sonho, parece um hotel”, e que lhe possibilitou desenvolver um produto que já andava a preparar há vários anos: o pão e a focaccia preparados com massa de fermentação lenta.
“Era uma coisa que já queria fazer há muito tempo, mas sempre estive condicionado por causa do espaço”, conta Frederico. “Aqui temos a possibilidade de preparar tudo de raiz.”
É esse pão que utiliza para preparar as tostas que pode pedir num dos menus do dia, que também inclui sopa e fica a 6,50€. Além desta opção, há também menus com focaccia, saladas e wraps, todos com sopa e ao mesmo preço que as tostas. No entanto, não espere encontrar uma carta fixa neste espaço. Sendo que todos os produtos são de origem biológica, as opções disponíveis dependem sempre da sazonalidade dos ingredientes.
“Só começámos a usar tomate na semana passada, por exemplo”, diz Frederico. “O tomate ainda não estava maduro o suficiente e preferimos não arriscar e começar a usar só quando estivesse na época certa.”
O que é fixo são as opções de pastelaria, uma das outras novidades do Berry da Trindade. Há trufas sem açúcar e sem glúten (1€), cinnamon rolls veganos (2€) e os biscoitos sem glúten de sésamo, cardamomo e limão ou de cacau cru com flor de sal (1€), perfeitos para acompanhar um dos sumos de frutas naturais (3€) ou uma das infusões frescas que mudam diariamente (1,25€).
O Berry Nice — cujo nome nasceu de uma brincadeira com o sotaque portuense e com o termo “very” — tem 60 lugares, alguns deles numa varanda. Toda a decoração foi pensada por Frederico, que também desenhou a mobília do espaço. Está aberto de segunda-.feira a sábado, entre as 9 e 18 horas.
Quem manda nisto tudo?
Nome: Frederico Horta
Idade: 31 anos
Profissão: chef e agricultor
Prato favorito: não consigo ter um favorito, mas sou apaixonado por comida do sudoeste asiático.
Guilty pleasure: viajar
Convença-nos a visitar o espaço: Não havendo tempo, não há desculpa para não respeitar a origem do produto e do sabor.