O novo coronavírus é responsável pelo pior trimestre dos últimos dez anos da marca de cerveja Corona. A empresa Anheuser-Busch InBev, que tem também marcas como a Budweiser ou a Stella Artois, perdeu mais de 250 milhões de euros em todo o mundo desde que a epidemina irrompeu na China.
A chegada do novo ano lunar prometia um boom no número de vendas na empresa, mas o alastramento do vírus — que já infetou mais de 84 mil pessoas em todo o mundo e 78 mil na China — levou a uma quebra que acabou por obrigar ao corte de bónus para o CEO da empresa.
Carlos Brito, o chefe executivo da Anheuser-Busch InBev, atribui estas perdas à falta de vida noturna na China e não ao nome da cerveja. As perdas já chegaram aos 150 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano. No entanto, a empresa reabriu metade das cervejarias no país, que estavam paradas para evitar a propagação do vírus, e está a restabelecer a normalidade à exceção de Wuhan, a zona mais afetada.
Embora não haja indicadores de que a quebra de vendas esteja diretamente relacionada com a semelhança entre o nome da cerveja e o nome do vírus, uma nova sondagem nos Estados Unidos conduzida pela agência de Relações Públicas 5W revelou que 38 por cento dos inquiridos não vai “sob qualquer circunstância” comprar a marca Corona, e 16 por cento “não tem a certeza” se a infeção estará relacionada com a cerveja.
Adicionalmente, 14 por cento da amostra que consome regularmente Corona afirmou que não a pede em locais públicos nesta altura. “Apesar de a marca afirmar que os consumidores percebem que não há ligação entre o vírus e a cerveja, isto é um desastre para a marca”, afirmou Ronn Torossian, fundador da 5W. A sondagem abrangeu 737 consumidores de cerveja.