Foram necessários dois longos anos e quatro homens com muita fé para fazer nascer a nova pregaria da cidade. Francisco Antunes, José Carlos Ortigão e Bernardo Flores — os proprietários do FÉ, o bar inaugurado há cerca de três anos, na Praça Dona Filipa de Lencastre — juntaram-se a Ricardo Carvalho e foram literalmente pregar para outra freguesia. Mudaram-se para o Largo de São Domingos onde, desde 30 de julho, atendem os amantes da carne (e não só) com os pregos com a tenra carne do lombo.
Entre o surgimento da ideia deste “prolongamento do FÉ” e a inauguração oficial passou muito tempo, demasiado tempo na opinião Francisco Antunes, um dos sócios: “Foram quase dois anos de trabalho e, de lá para cá, abriram outras pregarias na cidade, o que nos forçou a repensar o conceito. Queríamos que a comida de qualidade do espaço se tornasse na sua imagem de marca, aliada a uma imagem moderna”.
O local não podia ser mais adequado já que ali funcionou, em tempos, o talho real, que fornecia os melhores produtos para consumo da família, quando ela se deslocava ao Porto. A manobrar os tachos e panelas está o jovem chef João Neto, que passou pela cozinha do Reitoria. Já a decoração e renovação do espaço ficou a cargo do decorador Paulo Lobo, conhecido pelo trabalho em inúmeros restaurantes da cidade.
A escolha pelo culto ao prego tem uma justificação simples: “É uma coisa tão típica do Porto e dos portugueses. É quase como se fosse o primo da francesinha. Queremos que provar um prego se torne numa espécie de obrigação para quem nos visita.”
A carta é abrangente, apesar de não ter muitas opções. Nos pregos, encontra a versão clássica (8€) com queijo e fiambre e outra com queijo da Serra (8,5€) — e ambas, claro, recheadas com um bife do lombo. Depois, tem a versão vegetariana (6,5€), a de atum (6,5€) e a excepção à regra do lombo, o prego de picanha (6,5€). Experimente também os hambúrgueres, na versão cássica (6,5€) ou mexicana (6,5€), ambos servidos em pão brioche.
Uma das surpresas da carta esconde-se nas mini sobremesas do dia, todas elas caseiras, feitas literalmente pela avó. “Pedimos a várias senhoras daqui da zona para fazerem versões pequenas das sobremesas caseiras. Estamos a testá-las e a recolher o feedback. As mais bem recebidas, poderão ganhar um lugar fixo na carta.” E quem é o favorito? “A tarte de lima, sem dúvida.”
Carregue na imagem acima para conhecer o espaço e alguns dos pratos.