O que acontece no sexto episódio da sétima temporada de “The Walking Dead”? Nada. O que descobrimos? Nada. O que há de surpreendente? Absolutamente nada.
Estamos na fase frustrante da temporada, em que os episódios se arrastam ainda mais lentamente do que os walkers. Isto não é novidade, todos os anos há uma espécie de travessia do deserto a que o espectador tem de sobreviver para chegar à parte que realmente interessa. O problema é que já andamos nisto há três capítulos (e há demasiados anos).
O projeto tem um modelo que replica até à exaustão: salta de cenário em cenário, foca-se num grupo de protagonistas diferentes todas as semanas — em Portugal a série é transmitida pela Fox às segundas-feiras, 22h15. No entanto, isto corta o ritmo da história, faz-nos esquecer detalhes importantes. Não é possível entender como é que isto ainda acontece porque, claramente, não funciona. É por falta de orçamento? Uma série com a dimensão que “The Walking Dead” conseguiu já não devia ter esses problemas. É por não terem conteúdo para dar às personagens em todos os episódios? Então reduzam o número, não é assim tão benéfico terem 16 episódios se metade são para encher a grelha.
Voltando ao que se passa em “Swear”. Lembra-se de Tara? Provavelmente não porque a última vez que ela apareceu na série foi em março. Partiu numa expedição de duas semanas com Heath (dele de certeza que não se recorda) para encontrar armas e outros bens. Entretanto, Negan já apareceu e os Salvadores já limparam metade dos habitantes de Alexandria, incluindo a namorada de Tara, Denise — mas isto eles não sabem.
Os dois acabam cercados por zombies numa ponte. Ela cai à água e é encontrada numa praia por duas jovens. A mais nova quer matá-la, a outra deixa-lhe água e comida. Tara segue-as até ao acampamento e é descoberta. A líder chama-se Natania e aqui, neste antigo hotel à beira-mar, apenas existem mulheres. Tudo isto tem mãozinha dos Salvadores, claro, que mataram os homens deste grupo.
O objetivo deste episódio é claro: apresentar mais personagens que, tal como em Alexandria e Hilltop, vivem sob o domínio dos Salvadores. Estas mulheres fugiram e vivem escondidas mas, a dada altura, é fácil de prever, irão juntar-se aos outros para derrubar os vilões desta temporada.
Primeiro, a verdade é que já ninguém queria saber de Tara e ela não era assim tão importante para o enredo. Segundo, já que a personagem ainda não foi morta (vamos acreditar que há grandes planos para ela, esta sua jornada podia ser contada em cinco minutos e não durar 44.
“Swear” acaba com uma dúvida (spoiler alert): Heath está morto ou vivo? Sinceramente, não queremos saber. Queremos, sim, que Rick acorde do estado catatónico em que se encontra, que Rosita mate sozinha uns 20 capangas de Negan e que este acabe morto por Daryl, que bem merece vingar-se. Querido Pai Natal, se nos estás a ouvir, este é o momento para brilhares e nos ofereceres o único presente que queremos este ano.