Quem nunca?! Quem nunca?!
Esta é daquelas questões eternas e que nos dias que correm parecem estar sempre na ordem do dia, no feed de notícias de uma qualquer rede social.
Todos nós já experimentámos esta sensação de comparação com o outro, pelo menos uma vez na nossa vida. Vivemos em comunidade, rodeados por outros: pais, irmãos, primos, família, amigos, colegas de escola, colegas de trabalho, chefes, namorados, maridos, companheiros de vida, etc; que, tanto quanto nós, querem ser bem sucedidos, os melhores naquilo que fazem, no que os apaixonam, no que são.
Esta qualidade intrínseca à própria natureza humana, de vida em comunidade e partilha desenvolve sentimentos que podem oscilar entre a solidariedade e o amor, e a inveja e comparação. No entanto, é na relação com o outro e nesta vivência partilhada que nos fortalecemos e percebemos o que queremos da nossa vida e do futuro.
Quem somos, o que queremos ser, que valores nos pautam os movimentos e que passos queremos dar nessa concretização esperada. Contudo, nem tudo é rosas e satisfação. Sabemos que a vida não é recta, é sinuosa. Muitas vezes para chegar onde queremos precisamos de lutar, de esperar, de desesperar, de trabalhar (muito) e na frustração do impasse sai-nos o: mas porque é que o outro consegue e eu não?!
De certeza que esta interrogação já nos saiu, pelo menos, em pensamento. Só que no gatilho do julgamento esquecemo-nos que a comparação destrói qualquer réstia ou ponta de felicidade ou alegria.
É algo que muitos de nós têm que gerir no dia-a-dia, quer seja por imposição laboral, que seja por frustração face ao momento actual de vida, quer seja porque não estamos a atingir aquilo que queríamos ser ou fazer no preciso momento em que nos encontramos. Quem nunca?! É também um sentimento que explode neste mundo cada vez mais digital em que a aparência é tão importante e a comparação acaba quase por ser “normal”. Não não é, nem pode ser!
É fácil compararmos a nossa vida, a nossa carreira e a nossa aparência a outras pessoas, especialmente se a bitola de medida for o Instagram, o Facebook, o Snapchat, o Blogue, os convites, as oportunidades, os eventos, os presentes, as redes sociais… Por pior que isto nos possa soar, já o fizemos. Tenho a certeza! Especialmente se formos mulheres, onde há uma tendência mórbida para a comparação do nosso pior-self ao melhor-self de outra mulher. Mais uma vez, quem nunca?!
Onde é que isto nos leva? A lado nenhum. Eu sei que é fácil dizer, mas é a mais pura das verdades. De que nos vale estarmos em permanente processo de comparação com os outros? Sendo que a realidade nos diz que o outro, por definição, nunca pode ser igual a nós?!
Existem e vão sempre existir comparações, pequenas coisas que vemos no outro e que gostaríamos de ter ou de conseguir alcançar, mas aquilo que aprendi é que aquilo que eu comparo no outro, tem única e exclusivamente que ver com uma fragilidade MINHA. E para parar com essa comparação, tenho que trabalhar competências que são MINHAS. Sabem porquê?! Porque a única coisa que podemos melhorar, controlar e potenciar somos NÓS! Mais ninguém! Só nós temos o poder de mudar o que quer que seja na nossa vida. Juro que não me estou a armar em Confúcio-de-Linda-a-Velha, aprendi esta lição com a minha querida Sista, que é psicóloga e, que sempre tem algo mágico e transformador para partilhar. Esta ficou-me para a vida!
Essa e estas 7 dicas que me ajudaram a PARAR DE ME COMPARAR A OUTRAS PESSOAS e estar simplesmente concentrada em ser a melhor versão de mim mesma!
1. Aceitem-se
“Accept what you can’t change, and change what you can.”
Esta aprendi para vida – compararmo-nos aos outros não nos ajuda a progredir, a evoluir ou a sermos melhor. Simplesmente não ajuda. Apenas serve para questionarmos as nossas competências e duvidarmos de nós. A confiança começa com a aceitação. E saber o que valemos, termos consciência das nossas capacidade e do que podemos dar aos outros, ao nosso trabalho, é meio caminho andado para não nos compararmos com ninguém.
Contra mim falo que sou naturalmente muito critica em relação ao meu trabalho, sou a primeira a ver todas as “falhas”, acho sempre que podia ter feito mais e melhor e que nunca nada está perfeito. Ufa! É uma grande canseira, deixem-me que vos diga. De que me vale ser assim? Muito pouco. Por isso, é que tenho que me policiar para baixar as guardas do criticismo e aceitar-me.
A regra do sucesso é simples: façam o que fizerem sejam vocês as primeiras a aceitarem-se. Aprovem o que estão a fazer. Que a bitola seja vossa, da vossa medida de aceitação. No final, é a nossa opinião que conta mais e é a nossa voz que vamos ouvir na nossa cabeça em loop.Bora lá aceitar-nos!
2. Foquem-se nos pontos fortes
“Focus on emphasizing your strengths instead of fixing your weaknesses.”
Usarmos os nossos pontos fortes não significa que estamos a ignorar as nossas fraquezas, simplesmente é tudo uma questão de peso. As correntes positivistas da Psicologia defendem que se nos focarmos no desenvolvimento e nos aspectos positivos do que queremos mudar seremos capazes de evoluir, atingir estádios de maior felicidade e concretização.
Como qualquer pessoa, muitas vezes sinto-me a comparar as minhas fraquezas com as conquistas de outras pessoas e de que forma é que isso me fez evoluir? Nenhuma. Só me faz sentir pior. Por isso é que temos que ser capazes de encontrar os nossos próprios pontos fortes, aquilo onde somos realmente muito bons e CELEBRÁ-LOS! POTENCIÁ-LOS!!! Vão ser esses pontos que nos vão conduzir a momentos de felicidade e evolução. Usem-nos a vosso favor!
3. Aceitem as imperfeições
“Be You. Anyone else is taken”
Este é o meu calcanhar de Aquiles. Eu sou demasiado perfeccionista e sinto que esta característica já me impossibilitou de alcançar algumas coisas. Portanto, é algo que tenho, e sei que tenho, que trabalhar em mim para me aceitar, para me desculpabilizar do que não controlo, e para aproveitar a beleza das imperfeições (que é o que nos torna verdadeiramente únicos).
Nada nunca vai ser perfeito, por isso temos que almejar o progresso e não a perfeição. Aliás, a perfeição até pode ser muito boring, não acham!?
4. Apenas de comparem a vocês
“Always be a first-rate version of yourself, instead of a second-rate version of somebody else.”
A frase da fotografia diz tudo: “Não se comparem a outra pessoa, comparem-se a quem vocês foram ontem”. Estamos todos juntos nesta aventura de sermos alguma coisa, conquistarmos alguma coisa, criarmos alguma coisa, alcançarmos alguma coisa, deixarmos a nossa marca. Contudo, essa conquista faz-se por fases e cada pessoa tem, na sua jornada, etapas diferentes, que acontecem em alturas diferentes da vida.
Segredo para o sucesso: FOQUEM-SE NA VOSSA JORNADA!!!!
Não percam tempo a pensar no que é que o outro está a fazer, no que já conseguiu atingir, no que já conquistou. Não! Essa é a jornada do outro, não é a nossa. Não se avaliem pelas metas dos outros, desejando ser melhores que eles. Essas metas não são vossas!
Mas deixa de haver competição? Não! Essa haverá sempre e é, em certa medida, necessária e saudável. O que é desnecessário é criar uma competição desmedida, muitas vezes dissimulada de “ambição” que tolda o pensamento, que puxa para baixo, que nos impede de sermos o melhor que conseguimos ser e nos afasta das nossas metas e da nossa jornada. Sermos ambiciosas, querermos o melhor para nós é saudável. Invejar as conquistas do outro é que não.
DEVEMOS COLABORAR E NÃO COMPETIR!!!!
5. Pratiquem o exercício da gratidão
“When you realize there is nothing lacking, the whole world belongs to you.” – Lao Tzu
Tão fácil, porém tão difícil…
Quem de nós faz este exercício diário? Quem de nós agradece pelo que tem?
Aprendi com o tempo (e com a vida) que a gratidão é uma das formas mais benéficas e eficazes de experimentarmos a paz interior.
Já sabemos que não podemos controlar o que se passa à nossa volta, o que nos é exterior, contudo podemos sempre controlar a forma como reagimos ao que nos acontece e eu considero que é aqui que está a maior construção de carácter.
Quando nos comparamos aos outros, estamos a ser negligentes para com o nosso exercício de gratidão. Porque na comparação está implícito que não somos bons o suficientes e que queremos sempre mais e mais e mais e mais. E se aquilo que temos e somos é o que é suposto termos neste momento da nossa vida? E se isso basta?
Façam essa análise. Sempre que se sentirem em baixo, que achem que mereciam mais, que se sentem frustrados com alguma coisa, parem e pensem (ou escrevam) em tudo o que já alcançaram, o que já construíram, o que são e… AGRADEÇAM! Permitam-se agradecer o que já vos aconteceu e isto é life-changing. Eu ainda estou aqui num work in progress mas os resultados são maravilhosos!
6. Reconheçam que todas as pessoas são diferentes
“Don’t be afraid to be different, be afraid to be the same as everyone else.”
Celebrem o que vos torna únicos! Já percebemos que não vale a pena a comparação na medida em que nada é comparável, porque somos todos diferentes. Celebrem os vossos talentos, os vossos sucessos, as vossas contribuições, que são VOSSAS.Isto é o que nos diferencia dos outros.
E CELEBREM as conquistas dos outros. Deixem de ver no outro um potencial competidor, mas sim uma inspiração. Inspirem-se em quem gostam, não invejem. Aplaudam todos os sucesso e genuinamente fiquem felizes quando conquistam mais uma vitória. Esta é uma atitude nobre e verdadeiramente libertadora.
7. Rodeiem-se de pessoas positivas e que celebrem as nossas vitórias
“Surround yourself with the dreamers and the doers, the believers and thinkers, but most of all, surround yourself with those who see the greatness within you, even when you don’t see it yourself.” – Edmund Lee
Nós somos tão bons como as pessoas que estão à nossa volta. Aprendi isso com a vida, com os diferentes trabalhos que fui tendo, com as muitas pessoas que fui contactando e com os amigos que tive e tenho. Quem está connosco influencia-nos. Pode não nos mudar o carácter, mas influi na forma como vibramos, como a nossa energia passa e como nos comportamos.
Aprendi que se queremos ser felizes, bem sucedidos, bem resolvidos, de bem com a vida temos que nos rodear daqueles que nos querem bem, que nos fazem felizes, que vibram com a mesma energia que nós, que se emocionam connosco, que nos querem bem, que são positivos e que aplaudem as nossas conquistas. Afastem-se de quem sempre coloca problemas, para quem nunca está nada bem, quem está sempre a criticar os outros e a vida, quem não festeja as vossas vitórias.
É engraçado como, nunca pensado nisso desta maneira, as pessoas com quem partilho a minha vida e com quem mais gosto de trabalhar são assim — felizes, divertidos, boas pessoas, positivos, sorridentes, de bem com a vida, solidários, bem sucedidos. Por isso deve ser mesmo verdade — a mesma energia atrai a energia igual (reminiscência de um passado ligado às ciências). É química. É física. É coração! Procurem essas pessoas e vivam com elas os sucessos da vossa vida. Faz toda a diferença.